quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desabafo

Estava no quarto da minha mãe, era quarta a tarde quando eu sentia que não podia mais contra os meus pensamentos. Chorava tentando encontrar uma saída, tentando achar um modo de fazer com que todo aquele sofrimento acabasse. Por concidência eu tentava estudar para tentar esquecer tudo.Mas não consegui e então pensei em algo que me aliviaria.
Olhei para os lados em busca de algo, mas o que eu realmente queria não estava ali. Quando pus a mão no "substituto" tive que respirar fundo por alguns instantes e pensei no que estava fazendo. "É só um pouquinho de dor, nada muito sério, já vai passar", esse era o pensamento.E então mirei, acertei, apertei, mas não tive a coragem de fazer. "Nem pra isso você serve". Foram rápidos minutos e então outro objeto apareceu a minha frente, "já que não me corto, pelo menos marcado ficará". E por dezenas de vezes passei pelo meu antebraço deixando-o vermelho. As lágrimas escorriam quentes e abundantes, mas não pela dor que o objeto causava em mim, mas a dor que eu tentava esquecer.
...
Era tarde quando eu estava no terraço, me pus na beirada mirando o chão. Pensei no que poderia acontecer comigo, quais as consequencias: dor (mais dor que eu quis dizer não é), sequelas, morte =x Enfim...me sentei olhando para o chão, olhando para a rua e imaginando toda a cena trágica. Jogo meu corpo para trás desejando que algo caísse sobre mim e que eu pudesse ter a minha paz de volta.Nem para sair desta vida eu conseguia. Fixei meus olhos no céu, estava um pouco nublado. Limpei a minha mente, somente curtia o vento que batia em mim, e logo, pude fechar meus olhos para tentar enxergar o porque de não conseguir fazer nada. Aquela dor estava insuportável e eu queria me livrar dela, pensei que poderia me livrar do mundo, mas não consegui.
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Anoiteceu quando vasculhando meus pertences revi algo que revirou meu estômago e partiu meu coração novamente. Todas as memórias de meu sofrimento foram parar em papéis, datas, agendas. Decidi parar de ler, pois já sabia de tudo aquilo de cor. Arrumei uma bolsa plástica grande e iniciei uma pequena terapia: cortar papel. Cortava nos menores pedaços possíveis e se eu pudesse colocaria fogo. Cortei, foi para o lixo todo aquele sofrimento, aquela dor que pesava o peito, as lágrimas. Tudo se foi.
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Agora estou tentando começar algo novo.

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